Ministro Cristiano Zanin cobra explicações de juíza de Patos por negar acesso de advogados a processo de réus presos

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a juíza Juliana Accioly, titular da 5ª Vara Regional das Garantias de Patos (PB), preste informações sobre a recusa em conceder acesso a advogados de defesa em um processo envolvendo réus presos. A medida foi tomada no âmbito da Reclamação Constitucional nº 74.195, protocolada pelo advogado Igor Guimarães Lima e assinada pelos advogados Joallyson Rezende e Diego Lima.

De acordo com os advogados, há quase 30 dias eles tentam acessar os autos do processo, que incluem a decisão que determinou a prisão preventiva dos réus, sem sucesso. Essa negativa, segundo a defesa, representa uma afronta à Súmula Vinculante nº 14 do STF, que assegura o direito de acesso amplo aos elementos de prova já documentados em procedimentos investigatórios.

O reclamante, Serginaldo Rodrigues dos Santos, foi preso preventivamente em 19 de novembro de 2024. Desde então, seus advogados têm solicitado acesso aos autos do processo, mas a juíza Juliana Accioly manteve o sigilo sob a justificativa de proteger a investigação e preservar a honra e a intimidade dos envolvidos.

A defesa argumenta que a decisão fere garantias constitucionais fundamentais, como o contraditório e a ampla defesa, além de comprometer convenções internacionais, como a Convenção Americana de Direitos Humanos e o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos.

Em despacho assinado no dia 2 de dezembro de 2024, o ministro Zanin determinou que a juíza Juliana Accioly preste informações urgentes antes de qualquer decisão sobre o pedido de medida liminar. O objetivo é esclarecer as razões para a restrição de acesso da defesa.

O ministro destacou que a Reclamação Constitucional é cabível em casos de desrespeito à Súmula Vinculante nº 14 e frisou que o pleno acesso aos autos é essencial para o exercício do direito de defesa.

Confira o despacho do ministro:

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Gaeco e Polícia Civil prendem investigados de destruir provas e ameaçar testemunhas no caso do escândalo da Defensoria Pública

O Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou nesta terça-feira (3) a segunda fase da Operação Integridade, em conjunto com a Polícia Civil e com apoio da Corregedoria da Defensoria Pública do Estado. A ação foi motivada pela descoberta de que dois investigados vinham ameaçando testemunhas e destruindo provas, comprometendo o curso das investigações.

Segundo o Gaeco, as práticas configuram tentativa de obstrução de Justiça, representando grave afronta ao Estado Democrático de Direito e ao devido processo legal. Diante disso, foram cumpridos mandados de prisão preventiva contra os suspeitos, medida considerada essencial para garantir a segurança das testemunhas e a integridade das apurações.

A investigação, conduzida com rigor e sustentada por evidências consistentes, apura um suposto esquema de desvio de finalidade envolvendo a Defensoria Pública e outras organizações. Entre as irregularidades investigadas estão a captação ilícita de clientes e o uso indevido de recursos públicos, ações que impactam diretamente a população vulnerável, principal destinatária dos serviços da Defensoria.

Os órgãos envolvidos na operação reforçam o compromisso com a ética e a responsabilidade na gestão pública, assegurando que instituições fundamentais para a sociedade funcionem de acordo com os preceitos constitucionais. A investigação continua em andamento e novas fases da operação podem ser realizadas para aprofundar a apuração dos fatos e garantir a responsabilização de todos os envolvidos.

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Operação da PF em João Pessoa sequestra apartamentos de luxos adquiridos com dinheiro do tráfico

Na manhã desta terça-feira (3), a Polícia Federal, em parceria com a Polícia Militar da Paraíba, realizou uma grande ofensiva contra o crime organizado em João Pessoa. A Operação Orion, como foi batizada, tem como objetivo desarticular esquemas de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.

A ação é um desdobramento da Operação Bayerische, deflagrada em 2022, que já havia revelado sofisticados esquemas de lavagem de dinheiro vinculados ao tráfico de drogas. Na fase atual, foram cumpridos seis mandados de prisão e seis de busca e apreensão. Além disso, a Justiça determinou o sequestro de valores e imóveis de luxo localizados no bairro Cabo Branco, área nobre da capital paraibana. Entre os bens bloqueados estão apartamentos de alto padrão que teriam sido adquiridos com dinheiro proveniente de atividades ilícitas.

De acordo com a Polícia Federal, a operação reforça a atuação integrada entre diferentes forças de segurança no combate ao crime organizado. Apesar da repercussão, não está prevista a realização de coletiva de imprensa, mas novas informações serão divulgadas à medida que as investigações avancem.

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FRAUDE E CORRUPÇÃO: PF deflagra 3ª fase da Operação “Festa no Terreiro” mirando engenheiro que atuava como fiscal em obras do interior

A Polícia Federal, em conjunto com o GAECO (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado) e a CGU (Controladoria Geral da União), deflagrou na manhã desta terça-feira (3), a terceira fase da Operação Festa no Terreiro, focada em investigar um esquema envolvendo fraudes em licitações, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. A ação é um desdobramento da operação inicial, deflagrada em março deste ano.

Desta vez, um mandado de busca e apreensão foi cumprido no município de Campina Grande, na residência de um engenheiro que atuava como fiscal em diversas obras no interior do estado. As investigações apontam que os crimes envolveram direcionamento ilícito de contratos públicos e desvios de recursos que deveriam ser destinados à melhoria da infraestrutura local.

As irregularidades investigadas incluem violações aos artigos do Código Penal relacionados à manipulação de licitações (Art. 337-F, J, K e L), lavagem de dinheiro (Lei nº 9613/98), além de peculato (Art. 312), corrupção passiva (Art. 317) e ativa (Art. 333). Esses delitos indicam um esquema sofisticado e recorrente de desvio de verbas públicas.

A Operação Festa no Terreiro tem como marca a atuação integrada dos órgãos de fiscalização e controle para combater a corrupção e o desperdício de recursos públicos. Embora os detalhes da investigação não sejam revelados no momento, a Polícia Federal reforça o compromisso com a transparência e a proteção ao patrimônio público.

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Educação em saúde leva São José dos Ramos ao pódio na Mostra Vacina Mais Paraíba

O município de São José dos Ramos celebrou mais uma importante conquista no campo da saúde pública ao ser reconhecido na Primeira Mostra Vacina Mais Paraíba, realizada em comemoração aos dois anos do projeto. A iniciativa, promovida pelo Governo do Estado, reuniu 34 trabalhos de municípios paraibanos, destacando experiências inovadoras na ampliação das coberturas vacinais.

São José dos Ramos, representado pela Secretaria de Saúde, teve seu trabalho selecionado entre os 14 melhores do estado para apresentação no evento. A experiência exitosa implementada no município trouxe inovação na educação em saúde, contribuindo para o aumento significativo na adesão às campanhas de vacinação. O projeto foi ainda mais longe: conquistou um lugar entre os quatro melhores da Paraíba, recebendo a certificação de menção honrosa.

A prefeita do município destacou a importância da união entre gestão, profissionais de saúde e a população para alcançar resultados tão expressivos. “Esse reconhecimento reflete o empenho de cada colaborador e o compromisso do nosso povo com a saúde pública. Continuaremos trabalhando para oferecer serviços de excelência e promover o bem-estar de todos”, afirmou.

O projeto premiado é fruto de ações integradas que envolvem conscientização comunitária, estratégias de busca ativa e uso de ferramentas pedagógicas para reforçar a importância da vacinação. A equipe da Secretaria de Saúde reforça que os resultados obtidos não apenas fortalecem as políticas públicas do município, mas também inspiram outras cidades a investirem em iniciativas semelhantes.

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Juiz concede prisão domiciliar a mãe de três crianças menores de 12 anos na Paraíba

Géssica da Silva Benjamim, mãe de três crianças menores de 12 anos, obteve decisão favorável para substituição de sua prisão preventiva por prisão domiciliar. A decisão foi proferida pelo juiz Henrique Jácome, responsável pela 1ª Vara Mista de Cabedelo, que seguiu a jurisprudência pacificada do Supremo Tribunal Federal (STF).

Géssica, que é acusada de associação ao tráfico de drogas, estava presa preventivamente, mas apresentou certidões comprovando ser mãe de crianças dependentes, o que motivou o pedido da defesa para que fosse concedida a prisão domiciliar, amparada pelo artigo 318 do Código de Processo Penal.

Os advogados Diego Lima e Joallyson Rezende, que representam Jéssica, comemoraram a decisão e destacaram a sensibilidade do magistrado em observar a proteção aos direitos das crianças envolvidas no caso. “Essa decisão é uma demonstração de como a justiça pode equilibrar a aplicação da lei com os princípios da dignidade e proteção à família. O magistrado agiu com humanidade e alinhamento à jurisprudência do STF, que reconhece a imprescindibilidade dos cuidados maternos”, afirmaram os advogados.

Com a decisão, Jéssica deverá cumprir medidas cautelares, como comparecer a todos os atos judiciais, manter endereço atualizado, não se ausentar da comarca sem autorização, recolhimento domiciliar noturno e monitoramento eletrônico.

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Flávio Dino libera pagamento de emendas parlamentares, mas impõe critérios rigorosos de transparência e rastreabilidade

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a retomada do pagamento de emendas parlamentares, popularmente conhecidas como RP9 (emendas de relator), RP8 (emendas de comissão) e as chamadas emendas Pix. A decisão, assinada pelo ministro Flávio Dino, estabelece critérios rigorosos para assegurar transparência, rastreabilidade e controle público na aplicação desses recursos.

Entre os critérios definidos, o destaque vai para a obrigatoriedade de identificação do autor e do beneficiário final das emendas no Portal da Transparência. Além disso, será necessário separar as funções do relator do orçamento e do autor das emendas. Para o pagamento, o Executivo deverá analisar a conformidade com os critérios de transparência antes da liberação, caso a caso.

Novas exigências para as emendas Pix

No caso das controversas emendas Pix, Flávio Dino determinou que, a partir de 2025, os pagamentos só poderão ser realizados mediante a apresentação de um plano de trabalho prévio e em contas específicas. Já para as emendas de exercícios anteriores, foi concedido um prazo de 60 dias para que os planos de trabalho sejam regularizados. Caso contrário, o pagamento será suspenso novamente.

Além disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) foi confirmado como o órgão responsável pela fiscalização e julgamento das contas relativas às emendas Pix, reforçando que normas administrativas não podem alterar essa competência.

Impacto na saúde e no orçamento

Para as emendas destinadas à saúde, o ministro destacou a importância de seguir os critérios técnicos do Sistema Único de Saúde (SUS). Antes de qualquer liberação, o gestor federal do SUS deverá validar o atendimento às condições estabelecidas.

Entre 2019 e 2024, a execução de emendas parlamentares movimentou R$ 186,3 bilhões, segundo dados da Controladoria-Geral da União (CGU). No entanto, a falta de rastreabilidade e transparência levantou preocupações. A decisão do STF busca corrigir essas falhas, após constatações de descumprimento parcial de requisitos determinados na Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 854, julgada em 2022.

Foco na transparência

O ministro Flávio Dino ressaltou a necessidade de clareza na aplicação dos recursos, especialmente para fortalecer o controle interno e externo. Em uma iniciativa inédita, o STF determinou que órgãos públicos divulguem, no Portal da Transparência, informações detalhadas sobre serviços, obras e compras realizadas com as emendas parlamentares dos anos de 2020 a 2022.

Com essa medida, o Supremo pretende não apenas garantir o cumprimento das normas constitucionais, mas também promover maior confiança pública na execução orçamentária. A expectativa é que a rastreabilidade evite desvios e aumente a eficiência no uso de recursos públicos.

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