Justiça Federal impede empresários de expulsarem moradores de comunidade tradicional em Santa Rita para instalar fazenda de camarões

A pedido do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal na Paraíba impôs uma série de medidas protetivas urgentes em benefício da comunidade tradicional Canaã, localizada no município de Santa Rita, na região metropolitana de João Pessoa (PB). A decisão em caráter liminar visa defender os moradores da pressão do novo proprietário da Fazenda Reunidas Cumbe, um empresário do ramo da carcinicultura (criação de camarões em cativeiro).

A ordem judicial determina que o empresário se abstenha de adotar qualquer conduta que pressione os moradores quanto à permanência nas casas que ocupam há décadas, como a exigência de contratos de aluguel. Ele também está proibido de impedir o acesso da comunidade a espaços coletivos essenciais à vida social e cultural local, como a praça da vila e as margens do Rio Paraíba, e deverá remover uma cerca que obstrui a circulação no local.

Além disso, o proprietário da fazenda deverá permitir a entrada na área de servidores públicos das três esferas de governo e de funcionários de empresas prestadoras de serviços públicos, como Energisa e Cagepa, sempre que estiverem atuando em função de suas atribuições relacionadas ao caso ou à prestação de serviços de interesse da comunidade. Caso descumpra qualquer dessas determinações, o réu estará sujeito a multa de R$ 2 mil por ocorrência ou por dia de descumprimento.

Outro ponto importante da decisão judicial é a ordem dirigida ao município de Santa Rita para que retome imediatamente o processo administrativo de regularização fundiária das moradias da comunidade Canaã. A prefeitura deverá informar mensalmente à Justiça o andamento do procedimento, sob pena de multa diária de R$ 500, a partir do 31º dia sem atualização.

Conflito histórico – A comunidade Canaã tem raízes profundas na história da antiga Usina Santa Rita. Formada por trabalhadores da usina e seus familiares, a comunidade nasceu como uma vila operária nas décadas passadas. Com a falência do empreendimento em 1991, os moradores permaneceram nas casas, mesmo sem receber as verbas rescisórias a que tinham direito. Muitos relataram ter feito acordos verbais de permanência como compensação pela perda dos empregos e dos direitos trabalhistas.

Desde então, a cada venda da propriedade rural, os moradores são obrigados a reafirmar seu direito à posse das casas e enfrentam novas tentativas de expulsão. Com a chegada do novo proprietário, em 2022, e a instalação de um empreendimento de carcinicultura, a pressão sobre a comunidade aumentou. Segundo relatos de moradores e apuração do MPF, houve tentativas de forçar a assinatura de contratos de aluguel, ofertas de compra de casas por valores irrisórios, demolição de muros, impedimento de melhorias nos imóveis e até escavação de viveiros de camarão próximos a edificações históricas da comunidade, como a igreja e a caixa d’água.

A instalação da atividade também tem provocado sérios impactos ambientais, como o lançamento de efluentes no Rio Paraíba, a degradação da biodiversidade local e o impedimento da prática da agricultura familiar — atividade fundamental para a subsistência das famílias.

Vulnerabilidade – Com base nesse cenário, o MPF ajuizou ação civil pública em setembro de 2024, pleiteando medidas urgentes para preservar os direitos da comunidade. A Justiça reconheceu a vulnerabilidade das famílias e deferiu não apenas as medidas protetivas, mas também a participação da Defensoria Pública da União no processo, em consonância com decisão do Supremo Tribunal Federal no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709. “A vulnerabilidade e a desproteção jurídica dos interesses é evidente, por se tratar de demanda em que está em jogo interesse de grupo de pessoas pobres, sujeitas à perda de suas moradias e meio de vida, cujo acesso à justiça é dificultado pela informalidade da situação jurídica da comunidade”, registra a decisão judicial.

Processo: 0806908-62.2024.4.05.8200

Continue Lendo

Policial do Maranhão é preso em João Pessoa após tentar matar companheira com bomba em carro

Um policial penal do Maranhão foi preso na manhã desta terça-feira (8), em João Pessoa, suspeito de tentar matar a ex-companheira com uma bomba colocada em seu carro. A prisão foi realizada pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça maranhense.

De acordo com as investigações, o artefato explosivo foi colocado sob o veículo da vítima, uma advogada, no município de Porto Franco (MA). O caso ocorreu em 10 de janeiro deste ano, quando a mulher percebeu a presença da bomba ao retornar de uma missa. O dispositivo, de fabricação artesanal, foi detonado com segurança por agentes da Polícia Militar do Maranhão.

O suspeito, que estava foragido desde o início das investigações, foi localizado em um kitnet no Centro de João Pessoa. Segundo a Polícia Civil, ele havia conseguido um emprego na capital paraibana no dia anterior à prisão.

A ação que resultou na captura do policial penal faz parte das diligências que apuram a tentativa de feminicídio contra a advogada. A prisão tem caráter temporário, com validade inicial de 30 dias.

Continue Lendo

Homem de 24 anos que vendia pornografia de crianças para compradores de vários estados é preso em JP

Um homem de 24 anos foi preso nesta terça-feira (8) em João Pessoa, durante uma operação da Polícia Civil da Paraíba, suspeito de envolvimento em crimes relacionados ao abuso sexual infantil. A ação foi coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DECC), que também cumpriu mandados de busca e apreensão autorizados pela Justiça.

De acordo com as investigações, o suspeito estaria comercializando, há pelo menos sete anos, imagens de crianças em cenas de sexo. O material era supostamente distribuído para compradores de diversos estados brasileiros, o que caracteriza um esquema interestadual.

Durante a operação, foram apreendidos dispositivos eletrônicos e outros itens que servirão de prova para aprofundar as investigações.

Após a prisão, o homem foi conduzido ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça. Em nota, a Polícia Civil reforçou seu compromisso no combate aos crimes de violência sexual contra crianças e adolescentes.

Continue Lendo

FEMINICÍDIO: Acusado de matar jovem pernambucana no Bessa é preso em João Pessoa

A Polícia Civil da Paraíba cumpriu, nesta segunda-feira (7), um mandado de prisão temporária contra o principal suspeito de assassinar a namorada no bairro do Bessa, em João Pessoa. O crime ocorreu no dia 28 de março deste ano e a vítima, uma jovem de 26 anos natural de Recife (PE), havia viajado à capital paraibana para passar o fim de semana com o companheiro.

A ordem judicial foi executada dentro da Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, onde o investigado já se encontrava recolhido por porte ilegal de arma de fogo. O caso é tratado como feminicídio pela Delegacia de Crimes Contra a Pessoa da Capital (DCCPES), responsável pelas investigações.

O corpo da jovem foi encontrado no interior do carro do casal, com um tiro na cabeça. A arma usada no disparo – uma pistola de uso restrito – pertencia ao investigado. Na ocasião, ele alegou que a companheira teria cometido suicídio, versão que passou a ser contestada a partir de inconsistências apontadas pela equipe de investigação.

Com base em provas técnicas e elementos colhidos ao longo da apuração, a polícia reuniu indícios suficientes que afastam a hipótese inicial e sustentam a suspeita de homicídio. A Justiça acatou o pedido de prisão temporária.

O acusado segue à disposição da Justiça enquanto a Polícia Civil continua os trabalhos para esclarecer completamente as circunstâncias do crime. Casos de violência letal contra mulheres seguem como prioridade nas ações da segurança pública estadual.

Continue Lendo

Acusado de estuprar enteada é preso no Distrito Federal após 12 anos foragido da Paraíba

Um homem acusado de abusar sexualmente da própria enteada, ainda criança, foi preso no Distrito Federal nesta sexta-feira (4), após uma ação integrada entre a Polícia Civil da Paraíba (PCPB) e a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A investigação que levou à captura foi conduzida pela Delegacia de Repressão a Crimes contra a Infância e Juventude (DRCCIJ) de Campina Grande, com o apoio da Unintelpol/PCPB.

De acordo com a polícia, o crime foi cometido há mais de 12 anos, quando a vítima tinha apenas quatro anos de idade. Os abusos teriam ocorrido por cerca de dois anos, até que a criança relatou os episódios à mãe. Segundo os autos, a mulher chegou a flagrar o companheiro em uma das ocasiões, o que motivou a denúncia. Na época, o investigado confessou os abusos e fugiu do estado logo em seguida.

As investigações foram reabertas pela PCPB, que obteve novas informações sobre o paradeiro do suspeito. Com a localização confirmada, a Polícia Civil do Distrito Federal foi acionada e cumpriu o mandado de prisão.

O acusado está agora à disposição da Justiça e deverá responder pelos crimes cometidos. O caso segue em tramitação e sob sigilo, em respeito à vítima, que atualmente é maior de idade.

Continue Lendo

Morre aos 95 anos o cantor e compositor paraibano Antônio Barros, autor de mais de 700 músicas

Faleceu neste domingo (6), aos 95 anos, o cantor e compositor paraibano Antônio Barros, um dos nomes mais influentes da música nordestina. Vítima de complicações causadas pelo Parkinson, o artista estava internado desde o início do ano após uma broncoaspiração — problema recorrente em pacientes com a doença degenerativa, que afeta funções motoras como a deglutição.

O velório será realizado a partir das 13h no cemitério Parque das Acácias, em João Pessoa.

Natural do município de Queimadas, no interior da Paraíba, Antônio Barros começou a compor na década de 1950. Sua trajetória musical se consolidou nas décadas seguintes, quando formou uma das parcerias mais produtivas da música brasileira ao lado da esposa e também compositora Cecéu, com quem escreveu sucessos interpretados por artistas como Elba Ramalho, Luiz Gonzaga, Ney Matogrosso, Gilberto Gil e Fagner.

Juntos, o casal assinou canções que se tornaram clássicos do forró, como “Homem com H”, “Bate Coração”, “Forró do Xenhenhém” e “Óia Eu Aqui de Novo”. O repertório da dupla ultrapassa 700 composições e marca gerações com letras que celebram a identidade nordestina.

Barros teve sua formação escolar no Grupo Escolar José Tavares, o primeiro colégio de Queimadas, fundado em 1937. Foi ali, por influência de parentes e do primo Adauto, que aprendeu os primeiros acordes no violão e os toques no pandeiro. Posteriormente, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi acolhido por Jackson do Pandeiro, ícone do ritmo que também o ajudou a abrir portas na cena nacional.

O reencontro com a Paraíba viria anos depois, em Campina Grande, onde conheceu Cecéu. A afinidade artística e pessoal resultou em uma parceria duradoura, que migrou para o Rio de Janeiro e ganhou os palcos do Brasil.

Em 2021, o legado de Antônio Barros e Cecéu foi oficialmente reconhecido com a sanção de uma lei estadual que declara a obra da dupla como patrimônio cultural imaterial da Paraíba. A autora da proposta, a então deputada estadual Estela Bezerra, justificou o reconhecimento como uma forma de preservar uma herança que representa “a essência do povo nordestino”.

“Suas composições atravessam gerações como a melhor expressão da nossa gente, da nossa terra e do nosso espírito paraibano e nordestino”, declarou Estela na época da aprovação da lei.

Continue Lendo

Cabedelo realiza Mutirão de Catarata e Pterígio promovendo saúde e dignidade para centenas de pessoas

A Prefeitura Municipal de Cabedelo segue realizando diversas ações e programas visando uma saúde digna e de qualidade para toda a sua população..

Na manhã deste sábado (5), teve início o mutirão de cirurgias de catarata e pterígio no Hospital Municipal Padre Alfredo Barbosa. O objetivo é diminuir o número de pacientes na fila do SISREG (Sistema de Regulação) e a incidência de cegueira na população diagnosticada com catarata congênita ou senil.

O prefeito de Cabedelo, André Coutinho, compareceu ao mutirão acompanhado da primeira dama Nathália Coutinho, do secretário de Saúde Alexandre César, além de parlamentares e auxiliares de governo para conferirem de perto o trabalho realizado pelos profissionais de saúde e cumprimentarem os pacientes.

“Nesta ação de hoje, estamos aproveitando a excelente estrutura do Hospital Padre Alfredo Barbosa, deixado pela gestão anterior, e começando com o mutirão de catarata e pterígio. Temos a expectativa de atingir a marca de 700 cirurgias e zerar a fila de espera. Esse trabalho teve início no bairro do Renascer, onde já foi um grande sucesso, hoje estamos no Hospital Padre Alfredo, e o mutirão do Cabe + Saúde nos Bairros vai ainda para Jacaré, e depois seguirá visitando vários bairros cabedelenses”, ressaltou André Coutinho.

Nesse primeiro fim de semana, já estão sendo realizadas 100 cirurgias de catarata e 50 de pterígio em pacientes que já aguardavam pelos procedimentos. Todas as cirurgias estão sendo oferecidas no Hospital Municipal Padre Alfredo Barbosa. Ao todo, o mutirão deve assistir cerca de 700 pessoas.

A iniciativa soma-se a outras que já vêm sendo realizadas no mesmo sentido: o de atender às demandas reprimidas para diversos exames e procedimentos complexos, como Glaucoma, Ressonância Magnética e Densitometria Óssea.

“Essa é a continuidade do Cabe Mais, e assim já começamos a otimizar as cirurgias no Hospital. Com os dados deste mutirão, a gente pode afirmar que em três meses nós fizemos o mesmo número de cirurgias que foram feitas no ano passado inteiro! E tudo está dentro do que foi planejado por esta gestão, que é a gestão da saúde! Durante todos os sábados e domingos do mês de abril vamos ficar promovendo as cirurgias para acabar toda a demanda reprimida. E já estamos nos programando para englobar  nestes mutirões as cirurgias de hérnia, colectomia, retirada de vesícula, laqueadura e ainda vasectomia, que também tem demanda alta. Ninguém vai precisar ir pra João Pessoa pra fazer vasectomia”, destacou o secretário de Saúde de Cabedelo, Alexandre César.

Os pacientes do mutirão foram recepcionados com um coffee break e, apesar do grande número de pessoas, elogiaram a celeridade e presteza do atendimento no hospital.

“Está tudo muito organizado, apesar de serem tantas pessoas, tá muito rápido e tranquilo. E o pessoal aqui do hospital está sendo muito atencioso conosco, servindo lanche pra todo mundo, sendo gentis… Eu dei entrada desde dezembro para o tratamento de catarata no olho esquerdo e sabia que necessitaria da cirurgia. Agradeço  a Deus por isso, é uma ação muito positiva da Prefeitura”, afirmou dona Ivanilda Ferreira da Costa autônoma e moradora da Campina da Vila.

Nicolle Kelissa veio do bairro  do Jacaré e está ansiosa pelo tratamento de pterígio nos dois olhos. A vermelhidão e irritação nos olhos, a incomoda há alguns anos e a impede de realizar simples atividades.

“Eu esperei tanto por esse momento! Há mais um de ano que dei entrada! Tenho problema nos dois olhos e quero muito poder ser tratada. Isso me incomoda e arde muito. Quando eu era menor andava muito no sol e poeira e talvez esse tenha sido a causa. E agora, graças a Prefeitura, vou poder me tratar”, afirmou Nicolle.

Satisfação – A celeridade do atendimento no mutirão foi elogiada pelos pacientes. Do hospital, eles já saem com receita e até óculos de sol para os casos que são necessários.

“Muito bom, adorei..  A equipe foi excelente, maravilhosa. Não doeu… O médico também é muito gente boa, bem cuidadoso. E eu fiz minha cirurgia, me livrei desse negócio no meu olho! Só tenho a agradecer a todos desta gestão!  Agora é  só me resguardar para recuperação total”, agradeceu a porteira Adriana Pereira, moradora  do Centro que fez a cirurgia de pterígio.

Continue Lendo