Em uma sessão extraordinária marcada por duras críticas, o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) prorrogou por mais seis meses o afastamento do juiz Antônio Eugênio Leite Ferreira Neto, titular da 2ª Vara Mista da Comarca de Itaporanga. O magistrado, alvo de investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), foi inicialmente afastado em setembro de 2022 e novamente na semana passada, por decisão do desembargador Joás de Brito.
Durante a sessão, o desembargador Romero Marcelo, relator do Processo Administrativo Disciplinar (PAD), expressou visível irritação ao relatar as “artimanhas” do juiz para evitar o julgamento. A prorrogação do afastamento foi aprovada pelo Pleno do TJ, que também proibiu o magistrado de acessar as dependências do fórum de Itaporanga, bem como de manter contato com juízes, assessores e utilizar os sistemas do Judiciário estadual enquanto o afastamento estiver em vigor.
O processo disciplinar contra o juiz Antônio Eugênio envolve acusações de favorecimento ao advogado Max Willy Cabral de Araújo, com quem o magistrado teria uma relação próxima. De acordo com o relatório lido em plenário, o juiz teria puxado para sua vara a análise de processos relacionados a organizações criminosas, infringindo as normas do TJ que definem a competência das unidades judiciais.
Apesar das graves acusações, o advogado de defesa, Rinaldo Mouzalas, negou qualquer irregularidade, alegando que Antônio Eugênio é conhecido por seu combate às organizações criminosas e que sempre atuou de forma eficiente. Ele afirmou ainda que não há provas de que o juiz tenha beneficiado o advogado Max Willy ou seus clientes.
O Ministério Público já apresentou denúncia criminal contra o magistrado, mas o Tribunal de Justiça ainda não analisou o caso.
O vídeo completo da sessão extraordinária pode ser acessado aqui:







