A investigação sobre a morte do vereador Peron Bezerra Filho, ocorrida em 15 de setembro, segue provocando desdobramentos no âmbito judicial e político do Litoral Norte da Paraíba. A desembargadora Maria de Fátima Maranhão se declarou suspeita para atuar no procedimento que envolve o prefeito de Jacaraú, Márcio Aurélio Cruz, e o processo foi redistribuído para novo relator no Tribunal de Justiça da Paraíba.
O caso ganhou dimensão estadual após a prisão dos ex-secretários municipais Jeferson Carvalho e Antônio Fernandes, apontados como suspeitos de participação na morte do vereador. Cerca de 25 dias após o crime, a Polícia Civil identificou um encontro entre o prefeito e os dois ex-secretários, reunião considerada atípica e sem relação com a administração municipal, segundo o delegado responsável pelas investigações. O episódio ampliou o alcance da apuração e levantou novas dúvidas sobre a motivação do encontro e suas possíveis implicações.
A investigação que envolve o prefeito não partiu dele, mas sim da própria Polícia Civil e do Ministério Público da Paraíba, que abriram frentes autônomas de apuração diante dos elementos surgidos no inquérito. A única iniciativa formal da gestão municipal foi solicitar que o MPPB acompanhasse a elucidação da morte do vereador, porém a linha de investigação que cita o prefeito decorre exclusivamente da atuação dos órgãos de controle.
Com a remessa dos autos ao TJPB por conta da prerrogativa de foro, a desembargadora Maria de Fátima Maranhão se declarou suspeita, decisão registrada nos autos sob sigilo. A redistribuição do processo para outro desembargador ocorreu internamente, sem publicidade institucional, em respeito ao caráter sigiloso da matéria. A nova relatoria deve assumir a análise dos elementos que mencionam o prefeito, além de avaliar eventuais medidas judiciais relacionadas à continuidade das investigações.
A Prefeitura de Jacaraú afastou os secretários presos e divulgou nota reiterando compromisso com transparência e ética administrativa, mas não comentou publicamente o encontro posterior do prefeito com os investigados. O Ministério Público e a Polícia Civil continuam trabalhando em conjunto para esclarecer a autoria e as circunstâncias que cercam o assassinato, que mexeu profundamente com o cenário político local.
A expectativa agora é que o novo relator avance na avaliação dos fatos relacionados ao chefe do Executivo, enquanto o inquérito segue em andamento para esclarecer completamente o caso que abalou Jacaraú.





