A Câmara Municipal de Campina Grande está sob fogo cruzado. O presidente da Casa, Saulo Germano, tornou-se alvo de duras críticas após engavetar dois pedidos de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que tratam de possíveis casos de corrupção e improbidade administrativa envolvendo a gestão do prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil).
Segundo denúncias, Saulo estaria usando manobras regimentais para evitar o avanço das investigações sobre o que já vem sendo chamado de “farra das dispensas” – uma sequência de contratações emergenciais e sem licitação que levantaram suspeitas de irregularidades no uso de recursos públicos, especialmente na área da saúde.
A postura do presidente ultrapassou o limite da omissão e agora é vista como cumplicidade. “Ao segurar CPIs que tratam de suspeitas graves, Saulo Germano não apenas desrespeita os vereadores autores dos pedidos. Ele envia um recado claro para a população: a prioridade não é investigar; é proteger”, afirma um parlamentar que pediu anonimato.
Campina Grande enfrenta um cenário de caos administrativo: salários atrasados, falta de medicamentos nas unidades básicas de saúde e contratos emergenciais em série. Mesmo diante do colapso financeiro e das denúncias de má gestão, o Legislativo municipal permanece inerte – e, nas palavras de opositores, “de olhos vendados por conveniência”.
A manobra de Saulo Germano provocou revolta entre setores da sociedade civil e nas redes sociais, onde cresce o coro pela abertura imediata das CPIs. Para críticos, o presidente da Câmara se tornou “parte do problema” ao se alinhar politicamente à estrutura que tenta blindar o prefeito.
“Campina exige transparência, investigação e responsabilidade. Qualquer nova demora transforma omissão em cumplicidade. E cumplicidade, em casos como este, tem nome: parceria com o sistema que tenta manter a cidade no escuro”, resume uma das críticas que ecoam entre os movimentos sociais e representantes da oposição.
A pressão aumenta, e o silêncio do presidente da Câmara começa a ter peso político. A população campinense aguarda respostas — e, principalmente, a abertura das CPIs que podem revelar o que realmente está por trás do bloqueio das investigações.





