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Perguntar não ofende: e se o Ministério Público investigar quem liberou licenças para prédios acima do gabarito?

Perguntar não ofende: e se o Ministério Público da Paraíba voltasse os olhos não apenas para as construtoras, mas também para os servidores e agentes públicos que, muito provavelmente, facilitaram a concessão de licenças para obras erguidas acima da lei do gabarito?

A hipótese ganha força diante das suspeitas de que funcionários e políticos ligados a prefeituras teriam recebido propina ou atuado em lobby para permitir a construção de prédios irregulares. O resultado dessa engrenagem hoje se traduz em prejuízo bilionário para empresas e, principalmente, em frustração para centenas de famílias que, depois de comprar o sonho da casa própria, agora precisam desocupar seus imóveis.

Enquanto isso, construções em andamento podem ser obrigadas a demolir pavimentos excedentes, ampliando o cenário de perdas.

Nesse contexto, a reflexão que se impõe é clara: por que não investigar também quem autorizou que tudo isso acontecesse? Afinal, sem a anuência de servidores públicos e a atuação de políticos, dificilmente os empreendimentos irregulares teriam avançado.

A discussão não busca transferir responsabilidades, mas ampliar o debate. Se há quem comprou e perdeu, se há construtoras que investiram e hoje contabilizam prejuízos, é razoável perguntar: quem, em primeiro lugar, abriu as portas para que a ilegalidade prosperasse?

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