Notícias

Enquanto João observa da arquibancada o Senado, Veneziano e Nabor já estão com o time em campo

Enquanto o governador João Azevêdo (PSB) segue dizendo que disputar o Senado em 2026 é seu “plano A”, sua postura cautelosa tem deixado aliados e adversários agirem com mais liberdade no xadrez político paraibano. João ainda não assume protagonismo nem toma para si a coordenação do processo de sucessão, o que abre espaço para que outros nomes ganhem visibilidade — especialmente o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que busca a reeleição, e o prefeito de Patos, Nabor Wanderley (Republicanos), pai do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.

Apesar de manter prestígio político e ser apontado como um nome competitivo para o Senado, João prefere se resguardar. Alega que a decisão sobre o futuro político só virá ao fim do mandato, mantendo o discurso institucional e evitando movimentações públicas. Com isso, a condução do debate político tem sido ocupada por aliados que, na prática, passaram a coordenar os passos do grupo em 2026.

Veneziano, por sua vez, já está em franca pré-campanha. Esta semana, revelou contar com o apoio de 140 prefeitos paraibanos — 30 deles, segundo o próprio senador, filiados ao PSB de João. Um dos que romperam o silêncio foi o prefeito de Solânea, Jucian Jad, que já anunciou apoio ao emedebista e ao prefeito patoense.

No campo do Republicanos, o prefeito de Patos, Nabor Wanderley, vem se articulando com apoio explícito do filho, Hugo Motta — hoje um dos homens mais influentes do país. Nabor circulou com desenvoltura entre deputados e prefeitos durante evento do governo do Estado na última terça-feira (18), em clima de pré-campanha.

A força de Nabor está diretamente ligada ao prestígio do filho. Foi Hugo quem articulou com o presidente Lula, no último sábado (14), a liberação de mais de R$ 500 milhões em emendas parlamentares em apenas quatro dias. A maior parte dos recursos foi direcionada ao Ministério da Saúde, atendendo demandas de prefeitos aliados.

A estratégia do Republicanos é evidente: aproveitar o protagonismo nacional de Hugo Motta para impulsionar uma candidatura majoritária no Estado, com Nabor como peça central do projeto.

Enquanto isso, João Azevêdo observa o cenário. Sem pressa, mas também sem indicar quem será o candidato do grupo ou como pretende conduzir o processo. A ausência de definição começa a custar espaço — e talvez apoios — para o projeto político que ajudou a construir.

You Might Also Like