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Caso de transplante malsucedido por erro na anestesia na Paraíba noticiado pelo PoderPB ganha repercussão nacional no Metrópoles

O caso do transplante renal malsucedido realizado no Hospital Nossa Senhora das Neves (HNSN), em João Pessoa, ganhou repercussão nacional nesta quarta-feira (30), ao virar matéria no portal Metrópoles. A reportagem assinada pelas jornalistas Mirelle Pinheiro e Letícia Guedes detalha o drama vivido pelos irmãos Genilson e José Enilson dos Santos, naturais de Picuí, no interior da Paraíba, que perderam um rim após complicações durante a cirurgia. A situação havia sido revelada com exclusividade pelo PoderPB ainda em 2023, quando o Ministério Público da Paraíba (MPPB) requisitou a lista dos médicos envolvidos no procedimento, suspeitando da atuação irregular de um anestesista.

De acordo com a matéria nacional, o transplante aconteceu em maio de 2022. Genilson seria o receptor do órgão doado por seu irmão, José Enilson. O procedimento, custeado pelo SUS, deveria marcar um novo começo para os dois. Contudo, a anestesia teria perdido o efeito durante a cirurgia, fazendo com que o paciente recobrasse a consciência e se movesse na mesa de operação. A movimentação inesperada causou lesões, hemorragia e, posteriormente, a necessidade de remoção do rim transplantado, que acabou sendo perdido poucas horas após o procedimento.

O prontuário do hospital indicava que o anestesista deveria acompanhar a cirurgia até pelo menos 14h30, mas documentos revelam que ele também estava escalado para outra cirurgia iniciada às 10h30, no mesmo hospital, uma conduta considerada proibida e perigosa. Segundo relatos, o profissional já havia sido expulso da cooperativa estadual de anestesistas por reincidência em práticas antiéticas, como o atendimento simultâneo em mais de uma sala cirúrgica — o que pode ter sido determinante para o desfecho trágico da operação.

Além do trauma físico e emocional, os irmãos agora enfrentam uma batalha judicial. Genilson depende de hemodiálise três vezes por semana e vive com o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Seu irmão, antes saudável, passou a conviver com os riscos de ter apenas um rim. A família ingressou com uma ação na Justiça contra o hospital e o anestesista, solicitando R$ 2 milhões de indenização por danos físicos, morais e emocionais. A audiência de instrução e julgamento está marcada para o dia 10 de junho.

À época da denúncia, o PoderPB revelou com exclusividade que o Ministério Público Estadual solicitou formalmente ao Hospital Nossa Senhora das Neves a lista completa dos médicos que participaram da cirurgia, com o objetivo de apurar responsabilidades e eventuais irregularidades cometidas pela equipe médica. O inquérito corre sob sigilo, registrado sob o número 002.2022.031606.

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