Em uma movimentação que surpreendeu até os mais experientes observadores da política paraibana, o deputado estadual Márcio Roberto protagonizou uma cena digna de roteiro cômico: após a fábrica de manteiga “Paulista” ser interditada por fabricar produtos adulterados, o parlamentar decidiu atuar para tentar reverter a interdição, como se fosse o mais novo defensor da manteiga fora dos padrões.
A ousadia de Márcio Roberto veio à tona depois que ele foi visto buscando apoio na Secretaria de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap) para reabrir a fábrica interditada durante a Operação Saturação — ação que prendeu três pessoas, apreendeu toneladas de produtos e constatou uma lista de irregularidades que faria qualquer consumidor perder a fome.
A fábrica, localizada em Paulista, no Sertão da Paraíba, operava de forma irregular, misturando gordura vegetal onde deveria haver gordura láctea, falsificando rótulos e usando registros sanitários de outras empresas. Resultado: fábrica fechada, produtos proibidos e autoridades sanitárias trabalhando para evitar um desastre maior.
Mas enquanto o Ministério Público, a Vigilância Sanitária e a Polícia Civil se esforçavam para proteger a saúde da população, Márcio Roberto parecia mais preocupado com o futuro da manteiga adulterada — e, claro, com seus próprios interesses políticos. Mesmo sem ligação direta comprovada com a fábrica, o gesto foi suficiente para levantar suspeitas e virar motivo de comentários irônicos nos bastidores.
A operação, coordenada pelo MP-Procon e apoiada por diversos órgãos de fiscalização, também interditou uma distribuidora em João Pessoa, responsável pela venda da manteiga “batizada”. A recomendação ao consumidor é simples: se vir manteiga das marcas Paulista, Rainha, Paraibana, Gêmeos, Serrano ou Caicó, fuja!
Enquanto isso, Márcio Roberto segue provando que, na política paraibana, sempre há espaço para mais uma pitada de absurdo — ou, quem sabe, uma colherada generosa de manteiga adulterada.