O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou o pedido da Fundação João Paulo II, vinculada à comunidade católica Canção Nova, de manter em sigilo o processo de solicitação de intervenção movido pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Na decisão publicada na última terça-feira (28), o juiz Gabriel Araújo Gonzalez afirmou que o amplo acesso ao conteúdo do processo é de interesse público.
Em ação civil pública, o MP-SP acusa a Fundação São João Paulo II (FJP II) de repassar recursos financeiros de forma irregular à Comunidade Canção Nova. Na petição inicial, o órgão requer que membros do conselho deliberativo da FJP II, que pertencem à Canção Nova, sejam afastados.
A Fundação João Paulo II pediu a tramitação em segredo do processo em 24 de janeiro, mesmo dia em que o padre Wagner Ferreira da Silva, presidente do Conselho Deliberativo da Fundação e da Comunidade Canção Nova, gravou um vídeo em que relata o caso e nega irregularidades na relação entre as duas entidades.
Depois de afirmar que, embora sejam juridicamente distintas, ambas fazem parte de uma mesma obra missionária, lamentou a ação movida pelo MP-SP. “Infelizmente, o Ministério Público […] entendeu que estava ocorrendo uma ingerência da Comunidade Canção Nova na Fundação João Paulo II, sendo eu presidente de ambas instituições. Como se os membros da Canção Nova que fazem parte do Conselho Deliberativo da FJP II estivessem trabalhando para desvirtuar a finalidade e propriedades da fundação em benefício da comunidade”, relatou.