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Aos 80 anos, morre Ney Latorraca, ícone da TV e do teatro brasileiro

Ney Latorraca em 'Vamp' — Foto: Acervo TV Globo

O ator e diretor Ney Latorraca faleceu nesta quinta-feira (26), no Rio de Janeiro, aos 80 anos. Ele estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, desde o último dia 20 devido ao agravamento de um câncer de próstata, e morreu em decorrência de uma sepse pulmonar.

Diagnosticado com a doença em 2019, Ney chegou a passar por uma cirurgia para retirada da próstata. No entanto, o câncer voltou com metástase em agosto deste ano. O artista deixa o marido, o também ator Edi Botelho, com quem era casado há três décadas. Ainda não há informações sobre o velório e sepultamento.

Trajetória marcante na TV e no teatro

Ney Latorraca estreou na Rede Globo em 1975, na novela Escalada, e consolidou-se como um dos grandes nomes da dramaturgia brasileira. Entre seus papéis mais marcantes estão o vampiro Vlad, de Vamp (1991), Barbosa, do humorístico TV Pirata (1988), e Quequé, de Rabo de Saia (1984). Ao todo, participou de 18 novelas, seis minisséries, oito seriados e diversos filmes e peças teatrais.

No teatro, destacou-se com a peça O Mistério de Irma Vap, em parceria com Marco Nanini, que ficou 11 anos em cartaz sob a direção de Marília Pêra.

“Ser ator é sobreviver à vida. Desde pequeno, eu representava para superar as adversidades”, afirmou o ator em uma entrevista ao Memória Globo. Ney também revelou que enfrentou dificuldades financeiras durante a infância e que essas experiências o moldaram como artista.

Infância e início de carreira

Ney Latorraca nasceu em Santos (SP), em 25 de julho de 1944, em uma família de artistas. Seu pai, Alfredo, era cantor, e sua mãe, Tomaza, corista. Durante a juventude, Ney participou de peças escolares e, mais tarde, estudou na Escola de Arte Dramática. Sua estreia profissional ocorreu em 1969, na TV Tupi, com Super Plá, antes de ingressar definitivamente na Globo.

Versatilidade em cena

Conhecido por sua capacidade de transitar entre o drama e a comédia, Ney interpretou desde adolescentes irreverentes, como Mederiquis em Estúpido Cupido (1976), até personagens excêntricos, como Anabela, um travesti em Um Sonho a Mais (1985). “Eu fazia de tudo: vampiro, árvore, jacaré. É bom ser versátil, porque você não fica carimbado”, declarou.

Legado eterno

Com uma carreira que se estendeu por mais de cinco décadas, Ney Latorraca deixa um legado inestimável para a cultura brasileira. Sua última atuação na Globo foi em A Grande Família (2011). Entre os colegas, é lembrado como um gênio da atuação e uma das pessoas mais carismáticas do meio artístico.

“Perdemos um gigante, mas sua obra será eterna”, disse uma nota divulgada pela Rede Globo.

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