A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira (19) a vereadora Raíssa Lacerda, do PSB de João Pessoa, durante a segunda fase de uma operação que visa combater o aliciamento violento de eleitores. A parlamentar, que busca reeleição, é suspeita de liderar um esquema que utilizava meios ilegais para coagir eleitores de bairros específicos a votarem nela.
Além da prisão de Raíssa, outras três pessoas também foram detidas, e uma quinta suspeita ainda está sendo procurada. A operação, nomeada “Território Livre”, teve como alvos os bairros São José e Alto do Mateus, onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão. A PF apreendeu documentos em um centro comunitário do São José, o Ateliê da Vida, que podem servir como provas no processo investigativo.
Entre os detidos estão Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, que supostamente pressionava moradores do bairro São José, Taciana Batista do Nascimento, ligada ao centro comunitário e acusada de exercer influência na comunidade, e Kaline Neres do Nascimento Rodrigues, apontada como articuladora de Raíssa no Alto do Mateus, com supostas conexões com facções criminosas.
A operação é a segunda fase de investigações que tiveram início em 10 de setembro, quando três mandados de busca e apreensão foram cumpridos e R$ 35 mil foram encontrados. Naquela ocasião, a casa de Raíssa já havia sido alvo, mas a vereadora alegou ser vítima de perseguição.
Raíssa Lacerda havia assumido a vaga de vereadora após a morte do vereador Professor Gabriel, em maio de 2024, por complicações de um AVC isquêmico. Antes disso, ela atuava como secretária-executiva de Direitos Humanos e Cidadania na Prefeitura de João Pessoa.
O aliciamento de eleitores, segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), é crime punível com detenção de seis meses a um ano, além de multa. A prática envolve o uso de métodos ilegais para tentar influenciar a escolha dos eleitores, ferindo o direito ao voto livre.