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Interrogatório de Padre Egídio marca retomada de audiência de instrução sobre irregularidades no Hospital Padre Zé

A quinta audiência de instrução referente ao processo que investiga supostas irregularidades no Hospital Padre Zé, em João Pessoa, foi retomada na manhã desta segunda-feira (26), no Fórum Criminal da capital. Com a expectativa de se estender até a quarta-feira (28), a audiência deve finalmente ouvir os réus, incluindo o ex-diretor geral da unidade, padre Egídio de Carvalho Neto.

Além de Egídio, também serão interrogadas a ex-diretora administrativa Jannyne Dantas Miranda e Silva e a ex-tesoureira Amanda Duarte da Silva Dantas. Os três são acusados de envolvimento em um esquema de desvio de recursos públicos e fraudes na administração do hospital, que opera como uma instituição filantrópica.

Nas audiências anteriores, foram ouvidos vários funcionários do hospital, incluindo uma contadora, dois porteiros e cinco outras colaboradoras. Também prestaram depoimento o arcebispo da Paraíba, Dom Manoel Delson, e uma delegada envolvida nas investigações. Samuel Segundo, ex-funcionário do hospital, foi o último a ser ouvido. Ele chegou a ser preso no início das investigações sob a acusação de desviar celulares doados pela Receita Federal, que seriam vendidos em um bazar solidário.

Segundo processo e novas acusações

Além do processo em curso, há um segundo procedimento judicial contra os mesmos réus, desta vez envolvendo a compra fraudulenta de computadores para o Hospital Padre Zé. Este segundo processo inclui também o empresário João Diógenes de Andrade Holanda. Uma audiência de instrução estava agendada para 27 de maio, mas foi adiada devido a questões de ordem levantadas pela defesa do empresário, ainda sem nova data definida.

Origem das investigações

As investigações sobre as irregularidades no Hospital Padre Zé começaram a ganhar força após o furto de mais de 100 aparelhos celulares da instituição, em setembro. Os celulares, doados pela Receita Federal, seriam vendidos para financiar a compra de uma ambulância com UTI e um carro para distribuição de alimentos a pessoas em situação de vulnerabilidade.

A denúncia inicial, feita em agosto, levou à abertura de um inquérito policial e à prisão de um suspeito, que atualmente responde em liberdade sob medidas cautelares. Posteriormente, a Arquidiocese da Paraíba afastou o padre Egídio de suas funções eclesiásticas, após a descoberta de novas irregularidades na gestão do hospital.

Uma força-tarefa foi criada no início de outubro para investigar a situação, e o Hospital Padre Zé informou que detectou uma série de dívidas comprometedoras após uma análise detalhada de suas operações. A gestão solicitou ao Ministério Público da Paraíba uma auditoria completa em suas contas e contratos para esclarecer os desvios apontados.

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