O esquema do cartel de anestesistas na Paraíba que agiam no hospitais da HNSN/Rede D’Or conseguiu se enraizar e criar tentáculos até no SUS da Paraíba.
Denúncia que chegou à reportagem e foi confirmada através de documentos revelam que o médico anestesista João Cabral Madruga Neto, que foi coordenador da escala do Hospital Metropolitano de Santa Rita até janeiro deste ano, estaria recebendo plantões por dois anos sem ir ao hospital.
Enquanto recebia no Metropolitano sem pisar no hospital, fazia até três cirurgias simultâneas no Hospital Nossa Senhora das Neves e do Rede Clim, ambos vinculados à Rede D’Or, como revelam planilhas em anexo de um único mês que foi analisado, totalizando quase R$ 26 mil de uma tacada só.
Procurado pela reportagem, João Madruga não respondeu nem retornou contato.
A reportagem recebeu a informação, ainda, de funcionários do Metropolitano, que a escala nunca era divulgada e médicos anestesistas subordinados não sabiam que estavam trabalhando pelo coordenador, enquanto o Metropolitano pagava tanto ao anestesista que de fato participou da cirurgia, quanto a João.
Quando João Madruga deixou a coordenação do hospital, quem assumiu foi o médico anestesista Rodrigo Vital, que foi expulso na Coopanest-PB por fazer parte do cartel.
A reportagem teve acesso, ainda, a um boletim de ocorrência de uma família de um senhor que foi fazer transplante no HNSN e o procedimento deu errado porque, de acordo com a escala do próprio hospital e o prontuário do paciente, o anestesista estava atuando em duas cirurgias.
Os Ministérios Públicos Federal e Estadual já estão investigando o caso, além do Conselho Regional de Medicina.
Confira os documentos: