Depois uma série de encontros com líderes políticos em Brasília e no Rio de Janeiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai desembarcar em julho para um périplo entre estados do Nordeste com objetivo de reencontrar antigos aliados e buscar novas parceiras mirando a eleição de 2022.
A expectativa é de que o tour pela região aconteça em duas etapas, começando ainda na primeira quinzena de julho.
“Serão conversas políticas, sem relação com eleição. O presidente Lula quer debater sobre desenvolvimento regional, o combate à fome e a luta por vacinas”, afirma Márcio Macêdo, vice-presidente nacional do PT.
Além de alinhar o discurso com a base e motivar a tropa de militantes, a viagem também tem como objetivo estreitar as conversas com potenciais aliados na região.
Líderes locais do PSB e MDB serão os principais alvos. Os dois partidos se distanciaram do PT ao longo dos últimos anos e apoiaram majoritariamente o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) em um processo que deixou feridas abertas pelo caminho.
No PSB, o movimento de aproximação deve ser selado com a provável filiação ao partido do governador do Maranhão Flávio Dino, que nesta quinta-feira (17) anunciou a sua desfiliação do PC do B.
Na Paraíba, uma das conversas preferenciais de Lula deve ocorrer com o senador Veneziano Vital do Rêgo. Ele é presidente estadual do MDB e apoia o governador João Azevêdo (Cidadania), que vai disputar a reeleição em 2022.
“Eu vejo a movimentação como legítima e natural. Faz parte do esforço que o candidato a presidente tem que fazer. É o fortalecimento de laços com pessoas que já estiveram juntas”, analisa o senador.
Veneziano apoiou o impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Em 2018, fez campanha para Fernando Haddad (PT) no primeiro e segundo turnos da eleição presidencial.
Lula também vai se encontrar com o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), com quem tem forte ligação política e pessoal. O socialista pretende disputar uma vaga ao Senado no próximo ano.
Também está na mira do ex-presidente o governador Azevêdo, que saiu do PSB após rompimento com Coutinho, que era seu principal padrinho político.
“Na Paraíba, há blocos políticos que são adversários mas que, nacionalmente, têm feito enfrentamento intenso a Bolsonaro. É importante conversar com eles”, diz o presidente do PT na Paraíba, Jackson Macêdo.
Folha de SP